Shöemberg, recapitulando estruturas dos últimos quartetos de Beethoven, amplia as possibilidades harmônicas de seu antecessor propondo complexidades e densidades jamais elaboradas.
O compositor nos coloca
diante de uma musica que, ao mesmo tempo em que recorre à racionalidade
estrutural da harmonia (um novo estilo, uma nova técnica), nos conduz a uma
densidade formal que, numa aparente dissolução de imagens, demonstra
consistência estrutural e coerência estética.
Adorno traça o seguinte
comentário da obra de Shöemberg:
“ Os acordes complexos
parecem ao ouvido ingênuo ‘falsos ou falhos’, como se fossem o produto de um
domínio ainda imperfeito da arte, do mesmo modo que o leigo acha que estão ‘mal
desenhados’ os trabalhos da pintura de vanguarda”