A
ação moral que se vincula a um retorno que possa haver em função dessa prática
não tem profundidade ética. O exercício da equidade e da honestidade com olhar
na gratidão alheia (social ou espiritual) tem baixa dimensão ética. A realização
de atos nessa direção fica limitada pela necessidade da gratidão ou pela esperança
de ação recíproca.
No ético não
há reciprocidade. O que ocorre no fazer ético é um nivelamento superior da generosidade.
O indivíduo exerce seus valores morais, não para que haja uma possível
retribuição do que foi realizado, mas porque essas ações são formas de favorecer
o outro, de superação da própria vaidade, do egoísmo e da soberba.
A eticidade,
além da do bem social que lhe é próprio, possui também um caráter educativo. É
um aprendizado que se estende do individuo que age para suas relações familiares, seus
grupos sociais e, quiçá, para toda sociedade.
Se há algum
benefício pessoal na prática ética, certamente não está na reciprocidade nem no
reconhecimento por parte do outro, está na possível sensação de uma maior proximidade da
paz interior por ter-se tentado dar o melhor de si. Só isso!
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